domingo, 4 de julho de 2010

Meu Deus...

Meu Deus...
Onde fui parar.
Onde estou...

Olho para um lado, e vejo um cinzeiro cheio.
Do outro lado, várias peças de chumbo moldado...
Uns passos à frente, meu Deus...
Vejo um monte de grades,
pessoas encarceradas como animais,
entre ratos, baratas e escorpiões.

Seus pensamentos mudam, oprime, rebela...
Também oprime as balas do meu cano.
Até quando? Não sei...

Médicos usam a cor branca;
eu visto preto;

Sem querer amedronto as pessoas que devo proteger.
Deve ser pelo meu olhar que assusta,
ou meu andar que intimida,
preço que eu pago pela minha roupa embutida.

São doze horas de muita pressão,
e mais doze esperando o dia seguinte...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Eloquência da realidade

Como andam as coisas ultimamente no mundo.
Cada dia que se passa, fico mais espantado com o que ouço e vejo.
Pessoas inocentes morrendo, governo corrupto, ganância por dinheiro, o crime querendo dominar, colapso de leis, a Terra em colapso.
A cada dia em que se acorda vivo, é um dia triunfante para quem quer sempre mais um dia.
A Terra do colapso.
O começo do fim. O início.
A natureza já está cansada de ser destruida.
O que acontece ultimamente é apenas a ressaca.
Muitas chuvas, inundações, destruição de plantios... Está pra começar a chuva ácida.
Em outros lugares, ao mesmo tempo, quase não chove. Seca total. Rios, que outrora eram abundantes em vida, hoje não tem um fio de água.
Seca, devastação... Já não se ve esperança em que vive no sertão.
A que ponto chegamos.
Aquecimento global. As geleiras das pontas estão derretendo.
O mar está invadindo. Ilhas já até sumiram.
Dá pra acreditar, que com tudo isso, logo não teremos mais água pra tomar?
Creio que estarei vivo pra ver tudo isso acontecer.
Quando duas tribos se desentendem, acontece a guerra. Novamente pessoas inocentes morrem. Os líderes pensam, mas de nada adianta.
Acredito que em um futuro próximo, o Brasil, nosso querido país se envolva em guerras, por causa de suas águas.
Tudo irá regredir.
Voltar do início.
Será matar ou morrer!!!
Vamos! Corra! Pegue sua roupa de couro. Empunhe-se de sua clava.
Proteja sua caverna. O mais forte sobreviverá.

(26/01/2007 - 01h)

Pensamentos

Pensamentos, sentimentos,
opostos para algumas pessoas,
e certeiro para outras.
Sentimento não é igual para um ou para outro,
pois um sente aqui, e outro, acolá.
Em contrastes de sentimentos tão grandes,
o que passa a valer é o carinho,
a amizade e a vontade de estar juntos.
O sentimento não é fundamental,
existe algo mais importante que isso,
varia de pessoa pra pessoa,
ser ou não ser,
ter e não poder,
viver para aprender.
Morrer sabendo que viveu.

(08/02/2007 - 11h23)

Meu carnaval

Algo acontece no carnaval.
Não consigo dizer, não consigo explicar.
Onde estará aquela gente animada, jogando confete,
dando risadas e acompanhando as marchas.

E por falar!

Onde estão as marchinhas?
Aquelas deliciosas marchinhas de carnaval. O "abre-alas", "mamãe eu quero", "Cabeleira do Zezé", onde elas estarão?

Onde está eu não sei, mas sei que deu lugar a um certo tipo de música,
axé, funk, pagode...
É um tal de "Chão, chão, chão" - eles ficam se contorcendo com a mão;
Sem contar os batidões, que e carnaval não tem mais nada.

Os confetes foram trocados por espuma de sabão.
As voltas e mais voltas no salão,
ficaram marcados dentro dos nossos corações...

(14/02/07 - 23h46)

Linguagem

O que falo será o certo?
O que escrevo será o correto?
As vezes vejo, paro, penso e escrevo.
"É isso mesmo que quero dizer?"
Então saem frases, palavras ocultas na minha mente,
e vão direto para o papel.

Eu sei o que escrevo, entendo meu pensamento,
mas talvez outros, não conseguirão tal proeza,
não conseguirão descompilar e traduzir meus pensamentos.

Meus sentimentos,
meus sonhos e pensamentos,
ficarão dentro de um baú.
Guardado a sete chaves,
para, no futuro, a alguém que possa se interessar,
vai poder ler, compilar, tentar me escutar.
Vai ver meu desabafo, meu desencanto com o mundo,
meu futuro obscuro,
minha vida, como um todo...

(14/02/2007 - 23h33)

Loucura

Quando o pulso ainda pulsa.
Eu adoro o rancho...
E adorarei viver lá...
Deixar a barba crecer.
E junto com os cabelos
não poderei viver mais.
Igual o caboclo que me chama:
"Cuide das terras de seu pai".
Vai ser as melhores das terras.
A terra com seu impulso, junto com o canto
conseguiram meu encanto.

(Algo escrito depois de uma garrafa inteira de algum tipo de bebida forte e barata, muito barata)

(04/10/03)

As velas

As velas queimam,
abrasivas, com suas chamas,
derretem, convertem-se ao talo.
Desfiguram, somem, queimam.

Sua chama balança,
quase apaga, fica pairada no ar.

A vida é curta, como uma vela,
no momento em que é acesa,
só acaba quando se apaga.

Durante seu período,
fazemos muitas coisas,
algumas boas, outras ruins;
Mas sempre aprendendo
com os erros do passado.

As velas queimam,
mas em si, tem uma tragetória.
Assim como a vida,
que só nos tem a ensinar.

As velas queimam,
as velas queimam como eu.

(18/01/09 - 21h45)