domingo, 4 de julho de 2010

Meu Deus...

Meu Deus...
Onde fui parar.
Onde estou...

Olho para um lado, e vejo um cinzeiro cheio.
Do outro lado, várias peças de chumbo moldado...
Uns passos à frente, meu Deus...
Vejo um monte de grades,
pessoas encarceradas como animais,
entre ratos, baratas e escorpiões.

Seus pensamentos mudam, oprime, rebela...
Também oprime as balas do meu cano.
Até quando? Não sei...

Médicos usam a cor branca;
eu visto preto;

Sem querer amedronto as pessoas que devo proteger.
Deve ser pelo meu olhar que assusta,
ou meu andar que intimida,
preço que eu pago pela minha roupa embutida.

São doze horas de muita pressão,
e mais doze esperando o dia seguinte...